Somos abençoados e desgraçados por viver no século
vinte e um. Com alguns cliques fazemos nossas compras, em menos de trinta
segundos desejamos um feliz aniversário a alguém, digitamos “eu te amo” sem
sentir absolutamente nada ou “está tudo bem” quando a vida está desmoronando.
A tecnologia trouxe um mundo de coisas boas e necessárias, não vou ser
hipócrita discordando disso. No entanto atrás dos benefícios tecnológicos veio
uma carga de frieza e superficialidade em nossas relações com as outras pessoas.
Não sou tão velho assim, acabei de completar vinte e
um anos, mas sinto falta do olho no olho, das ligações meia-noite para dizer “feliz
aniversário, eu fui o primeiro?”. Escondemos
atrás de uma tela brilhante que nos acomoda e facilita nossa forma de dizer a
verdade. Mas me pergunto algo constantemente: Vale a pena digitar a verdade
quando não consigo dizer? Será que o movimento dos meus dedos impera sobre a
minha voz?
Graças à tecnologia que usufruirmos hoje,
conseguimos manter contato com nossos amigos e familiares que estão a quilômetros
de distância. Mas a mesma tecnologia nos impede de atravessar a rua para dar um
abraço de feliz natal para o vizinho, o tio, a avó. É muito mais fácil escrever
um texto de agradecimento pela vida de alguém do que olhar nos olhos desse
alguém e dizer o quanto ele é importante e especial.
Se realmente fizermos uma análise dos últimos
relacionamentos que entramos, qualquer tipo de relacionamento, vamos assustar
com tamanha exterioridade que os envolvem
e acaba dominando todas as áreas de nossas vidas. Somos bombardeados o tempo
todo com ideias novas e tentar organizá-las na cabeça e com isso nos encaixar
no mundo se torna um trabalho tão maçante quanto um trabalho braçal.
Não pode ser saudável esse desejo frenético que temos de estar com o wifi conectado quando estamos num barzinho em uma roda com os amigos. É ridículo e assustador o caminho pelo qual estamos seguindo. Um caminho cheio de novidades e cores aparentemente, mas que nos torna pessoas vazias e sem experiências sentidas na pele, apenas no clique.
A indicação de música de hoje não tem nada a ver com o texto. Mas é a música que eu ouvia enquanto escrevia! :P
Obrigado por ler até aqui! Abraços!
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