sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Conecte seu coração na realidade!

    Talvez crescer significa perder o medo de se machucar por fora e sim de se machucar por dentro. Às vezes quando criança eu acordava no meio da noite e arrastava minha cama para perto da cama do meu irmão e acendia a luz, assim eu me sentia seguro e voltava a dormir. Hoje eu sei que ter medo do escuro é menos perturbador do que ter medo de ter o coração partido novamente. Minha mãe sempre me ensinou a oferecer minhas balas. Hoje se eu pudesse ensinar uma criança alguma coisa eu diria: Ofereça suas balas a desconhecidos, mas jamais ofereça seu coração.
     Não sei vocês, mas ultimamente eu tenho achado o mundo um lugar bem estranho para viver. Talvez Nando Reis tenha razão: “ele está ao contrário e ninguém reparou.” Passamos a maior parte do dia conectados no facebook, whatsapp, instagram e outras diferentes redes sociais, mas quando a luz do nosso quarto se apaga e deitamos a cabeça cansada no travesseiro em quê o nosso coração está conectado? Vivemos no mundo dos relacionamentos sem exclusividades, é legal, tá na moda, aliás, é melhor viver assim do que ter uma pessoa chata o tempo todo querendo saber onde estamos, com quem, se estou bem ou não, se preciso de companhia ou não, concorda? Dificilmente encaramos a maior realidade: Somos a geração mais solitária que já existiu.


     Em Clube da Luta, Chuck Palahniuk escreve que “A grande depressão é a nossa vida. Temos uma depressão espiritual.” Eu não sou ousado o suficiente para discordar, uma vez que eu encaro esta realidade todos os dias que eu acordo. Corremos atrás de coisas superficiais o tempo todo, queremos satisfazer nossas vontades momentâneas a todo custo, mas não sabemos mais lutar pelo para sempre ou lutar para que as coisas durem um pouco mais. Talvez se os antigos nos olhassem nos chamariam de covardes. Acabou a coragem de se entregar? Amar pode doer, sim, com certeza, mas amar também pode curar. É o que Ed Sheeran canta, e ele está certo.
     Eu quero alguém que me entenda e me enxerga além do que minha aparência pode mostrar, você também, eu acredito. E o que nós temos feito a respeito? Temos fugido. Quando alguém expõe o sentimento nosso coração acelera e acreditamos que não estamos preparados para o amor, será que algum dia alguém já esteve preparado? Existe mesmo esse momento onde todas as coisas vão cooperar para meu relacionamento dar certo. Qual é, bobagem! “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” Já dizia a velha canção.
     Vamos tentar dar o beneficio da dúvida pelo menos para aqueles que demonstram sentimentos por nós e deixar para trás os que não se importam, aqueles que “visualizam nossa mensagem e não respondem.” Não digo no whatsapp, mas na vida. Assistindo One Tree Hill novamente eu me deparei com uma citação de T. H. White que eu acho muito verdadeira: “Talvez nós todos damos o melhor de nossos corações sem questionar para aqueles que mal pensam em nós.” E os que estão dando o melhor de seus corações para nós? Como estamos lidando com isso? Não pule a janela se o amor estiver te esperando na porta. 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

O Chamado Selvagem - Jack London

    Durante a semana parei para refletir um pouco nos personagens de séries e filmes que eu gosto muito. Pensei bastante. Meditei um pouco sobre o meu filme preferido (Na Natureza Selvagem) e em duas de minhas séries preferidas (One Tree Hill e Gilmore Girls). O que eu pude notar que todos têm em comum é um protagonista que gosta muito de ler. O Chris, o Lucas e a Rory. Existe uma lista contendo todos os livros citados pela Rory em Gilmore Girls e eu tenho salvo alguns livros citados pelo Lucas em One Tree Hill e pelo Chris no filme. Estou numa fase da vida em que quero investir muito no meu crescimento pessoal, então decidi escolher alguns livros das referidas listas que eu acho que irá me ajudar neste investimento e lê-los. O primeiro livro escolhido foi “O Chamado Selvagem”, de Jack London. Então bora lá falar sobre ele.



    O Chamado Selvagem foi escrito em 1903 por Jack London ainda jovem, com seus vinte e sete anos. No livro vamos ter como protagonista um cão domesticado chamado Buck, originado por um cruzamento de um São Bernardo e uma Pastora, que foi domesticado em uma grande casa chamada de a Casa do juiz Miller. Em um triste dia quando não tinha ninguém em casa o jardineiro da casa traiu todos vendendo Buck por causa de um vício: apostas em loterias chinesas.
    Após ser vendido, Buck passou por vários maus-tratos. Apanhou muito durante toda a viagem até chegar ao local onde passaria a trabalhar arduamente puxando trenós. Até o momento Buck “confiava nos homens e dava-lhes crédito por uma sabedoria que ultrapassava a sua” (página 7). A partir de então acompanhamos a trajetória de Buck do seu estado domesticado para o seu estado natural. Nos primeiros dias de trabalho, como é de se esperar, houve muita dificuldade para Buck se adaptar ao novo sistema, mas com pouco tempo o trabalho já era realizado por ele facilmente e com uma competência animal incrível.

“O respeito pela propriedade particular e pelos sentimentos pessoais ficava muito bem nas regiões quentes do sul, sob a lei do amor e da camaradagem, mas nas terras do norte, sob a lei do porrete e das presas, quem quer que tomasse essas coisas em consideração era um tolo, e se observasse um comportamento ético, não conseguiria sobreviver.”

    Neste novo modo de vida rodeado por vários cães ele precisava conquistar seu espaço, mas como todos os novatos ele teve suas dificuldades, pois começou os conflitos de convivência Hierarquia-Disputa-Liderança. Não demorou muito para que Buck tivesse o respeito de outros cães e o reconhecimento de seus novos donos devido à sua excelência no trabalho. Por mais que o cão adaptava-se rápido ao novo modo de vida, geralmente ele pensava na vida antiga que agora parecia distante, quase irreal e aos poucos essas lembranças iam se dissipando no avançar de sua selvageria. As lembranças das porretadas após sua venda deixava Buck um tanto cauteloso com os seres humanos e até mesmo com os outros cães.
    Buck teve diferentes donos durante esta nova experiência de vida devido a vários fatores. E em cada lugar ele descobria algo novo e ao mesmo tempo antigo dentro dele mesmo, como se essa coisa já existisse ali e ele só não tivesse percebido ainda. No avançar dos dias e das situações Buck foi percebendo que havia um chamado selvagem e algo dentro dele respondia muito bem a este chamado e ele precisava ir de encontro. O afeto pelos seres humanos não existia mais no coração de Buck, exceto por apenas uma pessoa que ele amava intensamente, mas algumas circunstâncias delicadas ditarão um futuro bem diferente do que Buck imaginava enquanto vivia na Casa do Juiz Miller. O penúltimo capítulo do livro “Por amor de um homem”, que vai falar dessa relação humana-animal é perfeito. Eu não consigo transmitir tudo o que senti lendo ele.
    A sensação que eu tinha ao ler este livro é que eu estava lendo a mim mesmo naquelas entrelinhas, como se o livro fosse uma espécie de espelho. Isso já aconteceu com alguns outros livros, com este, no entanto foi de uma forma mais forte. Eu me perguntava o tempo todo o que é necessário acontecer de fato conosco para que cheguemos ao limite e encontremos dentro de nós o homem natural, contrário à civilização, às religiões e às vãs filosofias que construímos para viver em uma sociedade confortável.

“Ele não passou a roubar por prazer, mas para atender ao clamor de seu estômago. Ele não furtava abertamente, mas subtraía secreta e ardilosamente, por respeitar a nova lei do porrete e das presas. Em resumo, as coisas que fazia eram feitas porque era mais fácil e mais proveitoso agir assim que de outra maneira.”

   Acredito que Buck jamais imaginaria ser forte como foi de fato e isso é que nos remete a pensar em nós mesmos. Onde é o nosso limite? Até onde eu posso ir para continuar vivendo sendo esta mesma pessoa? Será que é saudável viver sendo a mesma pessoa durante toda a vida sem descobrir várias coisas que existe dentro de nós? Até onde eu acho que posso suportar? Trabalho com criação de insetos em laboratórios há três anos e algo que não pude deixar de perceber neles é que para um inseto recém-chegado do campo sobreviver bem no laboratório é necessário uma série de especializações, caso contrário, devido ao ambiente diferente eles não resistem. No caso de nós, humanos, essas especializações não existem, precisamos de fato buscar forças no homem natural que existe dentro de nós se queremos sobreviver às mudanças.
   Ainda existem várias coisas que eu gostaria de abordar sobre este livro incrível, mas o texto já está ficando longo. Recomendo muito a leitura e pretendo com certeza fazer a releitura, porque eu acredito que apenas uma leitura não é suficiente para extrair desta obra maravilhosa tudo que o London quis passar. E sim, este livro acrescentou algo em mim, fiquei muito feliz com a leitura e espero que outros livros das listas mexam comigo da mesma forma que este. Obrigado por ler até aqui e até a próxima! 



“Tão peremptoriamente estes espíritos lhe acenavam que a cada dia a humanidade e as pretensões humanas se afastavam para mais longe dele. Das profundezas da floresta soava um chamado; e com a mesma frequência que o escutava, misteriosamente emocionante e sedutor, sentia-se compelido a virar as costas à fogueira e à terra batida a seu redor e projetar-se para a floresta, correndo sempre em frente, não sabia para onde nem por quê; e nem ao menos imaginava para onde ir ou por que iria, de tão imperioso que era o chamado que vinha das profundezas das florestas (...)”

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Dor...

   Nunca estamos preparados para lidar com a dor, às vezes ela chega sorrateiramente e vai mordiscando ao redor de nossa alma devagarzinho e quando percebemos, ela já a tomou por completo, outras vezes ela chega como uma grande tempestade em um lindo dia de sol, inesperada, surpreendente, nos chocando. 
     A dor pode ter vários agentes  causadores: a traição, o desafeto, a discórdia, a solidão, a depressão, mas a pior dor, é a dor da perda. Ninguém está preparado para perder, e ninguém gosta, quando se trata de perder alguém então, aí a dor é extensa, descomunal, monstruosa! Tentamos de toda maneira repor a presença de alguém, mas não existe nada que possa fazer quanto a isso. 


   Cada pessoa tem seu jeito singular de ser, cada uma tem suas emoções, seus medos, suas falhas, seus equilíbrios e seus sonhos. Um dia nossos corpos irão desintegrar, voltaremos ao pó, o que restará de nós serão nossas lembranças, nossas atitudes tomadas aqui ditarão quem fomos. A dor da perca nos machuca tanto, pois sempre sofremos por perder alguém que nos marcou de alguma forma. 
     Que nosso objetivo na vida seja marcar positivamente a vida das pessoas, não para que elas sofram ao lembrar de nós, mas para que sempre se abra um sorriso aliviando a dor que mora no coração. Existem almas clamando por um pouco de atenção, um pouco de amor. A realidade de muitos são os nossos pesadelos. As mais simples atitudes, se converterão nas mais nobres se dermos a elas créditos e liberdade. Viva e permita a vida dos que estão ao seu lado.

Sugestão de música abaixo! Obrigado por ler até aqui! ^^ 
"De repente, a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho, que é escuro e frio, mas também bonito, porque é iluminado pela beleza do que aconteceu a minutos atrás."

terça-feira, 21 de junho de 2016

Como entrei no mundo da leitura!

    Durante toda a minha infância eu fui uma criança muito levada. Acordava às seis da manhã e ia direto para o quintal catar mangas que o vento derrubou durante a noite, subir nos pés de jabuticaba ou conversar com o meu avô enquanto ele rachava lenhas para o fogão a lenha. Subia tranquilamente em árvores gigantes deixando minha mãe, vó, tia, todas de pernas bambas enquanto eu me divertia no pico de uma árvore para balançar as galhas e verem as frutas despencando.  Era muito elétrico, mas tinha a bateria fraca. Seis horas da tarde eu já estava deitado no sofá pronto pra dormir.
    Um belo dia na escola eu resolvi visitar a biblioteca, se eu não me engano eu tinha uns onze anos e resolvi escolher um livro pra levar para casa. Acabei escolhendo o livro Menino de Engenho do José Lins do Rego. Lembro até hoje da capa amarela e isso me enche de saudades. Estudava de manhã e então na parte da tarde resolvi pegar o livro e ir para o quintal, sentei debaixo de um pé de manga (o quintal de casa tinha vários) e comecei a ler. E nas primeiras páginas eu li sobre uma criança, o Carlinhos, que viu seu pai matar sua doce, carinhosa e gentil mãe. Naquele momento eu senti a dor daquela criança e foi então que decidi ser amigo dele. E a partir de então eu entendi que nas páginas daquele monte de livros da biblioteca da escola havia personagens que poderiam ser meus amigos.
   Terminei de ler o livro encantado com todas as aventuras do Carlinhos no Engenho de seu avô, e me identificando  com ele em vários momentos. Entreguei o livro assim que eu terminei de ler e já peguei outro, ansioso para conhecer os meus novos amigos que estavam dentro daquelas páginas. Uns três anos depois disso eu me lembro de ter lido Hilda Furacão, e que pena eu senti daquela mulher rodeada de homens, mas presa em uma solidão triste e amargurada.
   E foi assim que eu me enfiei neste incrível mundo literário. Depois do meu primeiro amigo Carlinhos eu já tive vários outros amigos. Já me encontrei com pessoas que eu detestei e outras que eu quis abraçar e participar de algum momento especial com elas. Hoje os livros são minhas melhores companhias, sempre na mochila, na mesinha de estudo, na estante, na cômoda, estão por todo lado, gosto dessa coisa de ter meus amigos perto o bastante.



     Acredito que os livros ajudam a me tornar uma pessoa melhor e que não é necessário  ficar horas a fio lendo páginas e mais página sem permitir que dentro de mim algo mude pra melhor. Os livros me deixam mais humano e me fazem enxergar um mundo onde consigo conviver com a diversidade entendendo que ela é um fato natural da sociedade. Depois de visitar tantos mundos, conhecer tantos personagens, rir e chorar com eles eu só posso ter a certeza de uma coisa, na companhia de um livro eu jamais estou sozinho. 

Fiquem então com a música "Livros" do Caetano Veloso e obrigado por ler até aqui! E podem ter certeza que realmente "Os livros são objetos transcendentes.."


sábado, 4 de junho de 2016

Como me despedi de um amor!

    Em todos os sonhos da minha adolescência eu te incluía, menina! Imaginava como seria bom te abraçar para comemorar uma vitória, sua ou minha. Passava horas escutando aquela música que você gostava só pra imaginar nós dois numa tarde de sábado tomando sorvete na praça e falando sobre como tinha sido nossa semana. Nos meus livros, nas minhas músicas, nos meus filmes preferidos seus olhos sempre estavam lá, me levando a um momento de reflexão intenso que fazia tudo ao meu redor congelar e no centro de tudo, nós dois, intimamente abraçados.
    O meu primeiro pensamento sempre que me acontecia algo bom era te procurar e ver nos seus olhos a alegria por saber que estava tudo bem comigo, e quando acontecia algo ruim, eu só queria me esconder nos seus braços macios e te ouvir dizendo “Está tudo bem”. Saber que você não estava bem fazia meu dia ficar cinza e eu só pensava em algo que eu pudesse fazer para que você melhorasse.
    Depois de anos me escondendo reconheci que o que eu sentia era amor e no momento de minha declaração você mostrou que o meu amor era acima de tudo, um amor unilateral. Foram várias tentativas em vão, várias músicas e vários textos que não surtiram efeitos em você. No início da minha dor eu te culpava por tudo, por todos os abraços que você me dava, todos os sorrisos, todas as trocas de carinho, no início você era a vilã. Mas a dor foi passando e eu pude entender que a maior crueldade da vida é fazer com que a gente sinta por algumas pessoas algo que elas jamais poderão sentir por nós. É um fato!
   

    Desapegar de tudo que me prendia a você não foi um trabalho fácil. Foi um trabalho duro, cansativo e o pior de tudo, silencioso e solitário. Todas as músicas que deixei de ouvir, todos os post-its que eu precisei arrancar para não abrir uma ferida em mim ao ler as passagens marcadas, doeu. Você seguia sua vida tranquilamente, sem se importar, e eu em uma batalha dia após dia com um impasse interior e muito pessoal.
     O que eu sentia foi como uma dessas chuvas que começam às dez horas da noite quando você está se arrumando pra sair, estragando a sua noite e o seu passeio. E então você vai dormir e percebe que dormir ao som daquela chuva é bom, mas que você poderia estar fazendo algo melhor na rua e de repente você dorme chateado com aquela chuva barulhenta e assustadora. E ao acordar você percebe que faz sol e nos fios os passarinhos cantam, fazem ninhos e buscam alimentos para seus filhotes. O período que estive apaixonado por você foi assim, mas graças a Deus, o dia amanheceu com um sol (Big Sun), me enchendo de sentimentos bons.
    Eu precisei escolher: Continuar vivendo com este amor dentro do meu coração me causando injúrias ou afogá-lo e sofrer a dor da despedida? E te confesso que ao vê-lo afogando e despedir de um sentimento que carreguei anos dentro de mim não foi fácil, mas era o melhor e o necessário para mim naquele momento. Hoje eu ainda te vejo, com um olhar totalmente respeitável e feliz. Mas eu jamais me engano novamente, pois tenho a certeza, que um futuro sem você do meu lado vai ser mais tranquilo e saudável, sem desilusões, dores e ausência de reciprocidade.
    Uma coisa eu aprendi na vida, que tudo serve de lição. Foi um período ruim da minha vida. Mas a desilusão e o amor platônico me fizeram enxergar algo bom em mim: a capacidade de amar e fazer tudo pela pessoa amada. Esquecer o que eu sentia por você me abriu a porta para sair em busca de alguém que vai sentir o mesmo por mim. Hoje a única lembrança que eu guardo do que eu sentia por você é o aprendizado que levarei para o meus filhos, lhes ensinarei a escolherem bem os seus amores.

E a música de hoje não podia ser outra, como diz na própria letra: "A vida sempre continua (...)"!
Obrigado por ler até aqui, em breve novos textos! 



segunda-feira, 2 de maio de 2016

A Benção e a Desgraça Tecnológica!

    Somos abençoados e desgraçados por viver no século vinte e um. Com alguns cliques fazemos nossas compras, em menos de trinta segundos desejamos um feliz aniversário a alguém, digitamos “eu te amo” sem sentir absolutamente nada ou “está tudo bem” quando a vida está desmoronando. A tecnologia trouxe um mundo de coisas boas e necessárias, não vou ser hipócrita discordando disso. No entanto atrás dos benefícios tecnológicos veio uma carga de frieza e superficialidade em nossas relações com as outras pessoas.
    Não sou tão velho assim, acabei de completar vinte e um anos, mas sinto falta do olho no olho, das ligações meia-noite para dizer “feliz aniversário, eu fui o primeiro?”.  Escondemos atrás de uma tela brilhante que nos acomoda e facilita nossa forma de dizer a verdade. Mas me pergunto algo constantemente: Vale a pena digitar a verdade quando não consigo dizer? Será que o movimento dos meus dedos impera sobre a minha voz?
    Graças à tecnologia que usufruirmos hoje, conseguimos manter contato com nossos amigos e familiares que estão a quilômetros de distância. Mas a mesma tecnologia nos impede de atravessar a rua para dar um abraço de feliz natal para o vizinho, o tio, a avó. É muito mais fácil escrever um texto de agradecimento pela vida de alguém do que olhar nos olhos desse alguém e dizer o quanto ele é importante e especial.
    Se realmente fizermos uma análise dos últimos relacionamentos que entramos, qualquer tipo de relacionamento, vamos assustar com tamanha  exterioridade que os envolvem e acaba dominando todas as áreas de nossas vidas. Somos bombardeados o tempo todo com ideias novas e tentar organizá-las na cabeça e com isso nos encaixar no mundo se torna um trabalho tão maçante quanto um trabalho braçal.
    Não pode ser saudável esse desejo frenético que temos de estar com o wifi conectado quando estamos num barzinho em uma roda com os amigos. É ridículo e assustador o caminho pelo qual estamos seguindo. Um caminho cheio de novidades e cores aparentemente, mas que nos torna pessoas vazias e sem experiências sentidas na pele, apenas no clique. 


A indicação de música de hoje não tem nada a ver com o texto. Mas é a música que eu ouvia enquanto escrevia! :P 
Obrigado por ler até aqui! Abraços! 


  

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Seja incrível!

    Descubra algo em que você é incrivelmente bom e faça com gosto. Parece balela dizer algo assim, mas você pode fazer algo incrível, todos nós podemos. Não pense em tomar uma atitude que vá mudar o mundo inteiro, não, há grande chance de você se tornar um alguém frustrado por tentar conquistar algo grandioso quando ainda caminha em curtos passos. Permita se conhecer melhor, explore suas habilidades e vença todas as barreiras que você mesmo ergueu diante de si, quando se achava incapaz de tudo.
    Algumas pessoas desejam marcar o mundo como fizeram grandes homens no passado, por exemplo, Einsten na ciência, Santos Dumont na invenção, Joana D’Arc e Maria Quitéria no exército, Platão na filosofia e tantos outros que ficaram conhecidos na política, na arte, na engenharia e em outras importantes áreas. Ao ver as grandes obras desses homens e mulheres nos sentimos incapazes de realizar algo grandioso, não é mesmo? Mas se ainda não podemos mudar a história da humanidade como tais pessoas, podemos mudar a história de alguém que está ao nosso lado. E mudar o mundo de alguém é um ato extraordinariamente belo e está ao nosso alcance.
     Não se subestime, comece da estaca zero. Um passo de cada vez. Primeiro um pé, depois o outro. Cuidado com a ansiedade, ela é bem traiçoeira e pode nos jogar no chão quando menos esperamos. Estude aquilo que você faz de melhor, pode ser cantar, dançar, ensinar, fazer piadas, cozinhar, jogar algo, tanto faz, descubra em que você é bom e tente dar o melhor de si, mergulhe fundo e quando se achar preparado use o que sabe fazer para ajudar alguém, para mudar aquelas vidas que carecem de nós.
     Se importe com as pessoas! Procure conhecer melhor as pessoas que você ama e deseja ajudar, mas vá além disso, não vai doer nada, procure ajudar com todo o coração pessoas que você nem sabia de sua existência como se elas fossem as pessoas mais importante de sua vida. Pois qual a vantagem de fazer o bem apenas para aqueles que amamos? Precisamos tomar atitudes que nos levará a andar na contramão da mesmice que estamos acostumados.
    Depois de explorar suas habilidades e criar amor pelos seus semelhantes, trabalhe duro para mudar o mundo de alguém. Há um prazer imenso em fazer o bem! Conheça as instituições de sua cidade e tente de alguma forma fazer um trabalho social que mostrará sua utilidade. Você pode também fazer algo por um parente, um vizinho, um morador de rua, não importa. Apenas seja um ser incrível na vida de alguém. 


Obrigado pela visita e por ler até aqui. Fique agora com mais uma sugestão de música (Anjos das Ruas - Rosa de Saron):